tudo do nada
é preciso distinguir três coisas: o vácuo, o vazio e o nada.
o vácuo é um espaço não preenchido por qualquer matéria, nem sólida, nem líquida, nem gasosa, nem plasma. mas pode conter campos: campos elétricos, magnéticos ou gravitacionais, luz, ondas de rádio ou outros campos não materiais. o vazio já seria um espaço sem matéria e sem nenhuma outra coisa. mas no vazio ainda haveria o espaço vazio, isto é, a capacidade de caber algo, só que não tem. no universo não existe vazio completo, pois todo o espaço é preenchido por campo gravitacional e pela luz que o atravessa ou outras partículas e campos, mesmo que rarefeitos. o nada não existe nem o espaço. o nada não é um lugar. é impossível estar-se no nada porque sempre tem-se que estar em algum lugar.
por definição quando se fala de existência se fala da existência de algo. e o nada não é coisa alguma. o nada é uma representação linguística do que se pensa ser o nada. a definicäo do nada se dá somente por meio da negação de tudo o que existe, portanto o nada não é definido ou conceituado positivamente. o que alguém quer dizer exatamente ao afirmar que não está sentindo nada?
ao apertar alguma parte do corpo, o médico pergunta: não está sentindo dor? e você espera poder dizer: não estou sentindo nada. ao sofrer uma desilusão amorosa, você espera poder dizer: já passou, não estou sentindo mais nada. quando se está de dieta e alguém pergunta, solicitamente: o que vai querer? seria de bom tom retrucar: não, obrigada, não vou querer nada. considero então que o nada é uma nova forma de auto-controle.
este blog me fez lembra do quase nada, lembram-se dele??
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