12 setembro, 2006

cansaço


as coisas que amamos, as pessoas que amamos são eternas até certo ponto. duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade. pensá-las é pensar que não acabam nunca, dar-lhes moldura de granito.

de outra materia se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade. começam a esmaecer quando nos cansamos, e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário, de aspirar a resina do eterno. já não pretendemos que sejam imperecíveis. restituimos cada ser e coisa à condição precária, rebaixamos o amor ao estado de utilidade. do sonho de eterno fica esse gosto acre na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

até aparecer outra pessoa hahaaahha
q cruel, mas real
=/

3:50 PM  

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