o fantasma chileno
o chile, enfim, perde o seu fantasma. poderá agora olhar para o futuro, que parece cada vez mais promissor. o país tem hoje padrões de educação e qualidade de vida comparáveis aos de países desenvolvidos.
o Chile avançou muito no índice de desenvolvimento humano. tem hoje padrões de educação e qualidade de vida comparáveis aos de países desenvolvidos. mas o crédito não pode ser dado totalmente às reformas iniciadas por augusto pinochet.
é comum o raciocínio de que os avanços econômicos de pinochet, de certa forma, amenizam seus crimes. eu não penso assim. os dados mostram que a democracia fez mais pela economia e pelos avanços sociais do chile do que a ditadura de pinochet.
quando se compara o desempenho econômico do governo pinochet e os dos governos democráticos, fica claro que nem mesmo o que alguns acham que são os méritos do ditador conseguem sequer relativizar o terror do seu governo.
o pib cresceu 2,7% a 2,8% ao ano entre 1973 a 1989, na ditadura. na democracia, de 1990 a 2004, o chile está crescendo ao ritmo de 5,5% ao ano – o dobro.
para a história, pinochet não ficará conhecido como o modernizador do chile, mas como seu carrasco. o chile tem agora a chance da completa reconciliação. o país tem uma democracia vigorosa, tem avançado de forma segura e estável a cada novo governo, mas ainda tem sido assombrada pelo passado de horror.
o chile perdeu ontem, enfim, o seu fantasma. poderá agora olhar apenas para o futuro, que parece cada vez mais promissor e brilhante.
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