31 agosto, 2006
30 agosto, 2006
erro
erros meus, má fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, que pera mim bastava amor somente. tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente.
errei todo o discurso de meus anos; dei causa [a] que a f ortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças. de amor não vi senão breves enganos. oh! quem tanto pudesse, que fartasse este meu duro génio de vinganças!
l v de camões
grades
atrás das grades.
acordou com tiros, muitos. o coração acelerado. seriam tiros ou bombas? já está acostumada aos morteiros das madrugadas, todos estão, basta fechar os olhos e dormir assim que eles suspendem as bombas. mas hoje foi diferente, vinham ruídos da rua. vestiu um casaco maior, que agasalhasse e tapasse suas pernas nuas. atravessou a villa em silêncio, todos fingiam dormir. o porteiro já estava grudado na grade olhando para fora:"ih... hoje a coisa está pegando fogo aí na favela, a polícia vai subir, estão dizendo." sirenes se misturavam a gritos de mulheres que corriam pelas calçadas. não podiam abrir o portão, ordem do síndico, poderia haver invasão.
algum tempo depois os tiros diminuíram, as mulheres se calaram, algumas se aproximaram da grade, talvez na esperança de acolhimento, uma delas chorava, dizia que precisava subir no morro, os filhos a esperavam, outra temia o companheiro:"aquele miserável ainda é capaz de achar que eu não subi porque estou com outro por ai" encostada na grade fria, sentia mais medo do que o normal, os tiros não chegariam até ali, mas sabia que a partir daquele dia o bairro não seria mais o mesmo. passou a noite conversando com aquelas mulheres desconhecidas, ofereceu café, biscoito, desejou que entrassem. lá dentro só o gato a aguardava, nada urgia, nem na madrugada fria, nem na manhã que se aproximava. neste dia sentiu-se menos só.
meleca, muita meleca
arghh.. foto tirada no início de 2006 na costa da china. foram necessários 6 guinchos para erger esta baleia que ficou encalhada na orla e coloca-la neste caminhão, onde foi transportada - ou pelo menos parte dela - para um laboratório de pesquisas de animais marinos.
agora responda-me rápido: vou para casa de moto ou pego um ônibus?
29 agosto, 2006
código
cada ser tem seu código. assim como as digitais, esse código é único e intransferível. para se descobrir esse código não basta irmos ao mais altos dos céus, é necessário esticarmos nossos braços ao encontro do outro, não somente para descobrirmos o código dele.. mas o nosso. com os pés no chão, braços abertos e olhos fixos nos astros eu tento entender a Deus. inocência a minha querer enjaular em minha mente o Criador. por isso rendo-me, e apenas acredito!
tsingtao
uma vez um amigo meu de nome que, pra não chamar de estranho digo que é 'diferente', o robero - isso mesmo r-o-b-e-r-o, pense o seguinte: roberto sem o t, ok?! enfim, uma vez ele foi zuado porque comentou que no bar do bairro dele vendia-se a cerveja glacial.. pois é, agora imagine esse pobre rapaz na foto.. que Deus o tenha. amém!
25 agosto, 2006
23 agosto, 2006
marvada da pinga
eu tomo é pra ficar ruim, porque se fosse pra ficar bom eu tomava remédio. e lembre-se, se você ver o mundo girando ao seu redor não se preocupe e nem se empolge.. é só você que bebeu demais. salve a pequena raimunda que nestas horas sabe que a combinação entre bebida alcólica e um lugar escuro pode lhe render bons momentos..
é por isso - e por mais um pocuco - que eu não bebo. =P